domingo, 29 de novembro de 2015


 

Em algum corredor


         Seu nome ecoa em algum lugar dentro de mim, e eu não me canso de ouvir, tua voz soa como um doce acalanto em meio as minhas ondas de pensamentos, um sentimento escondido atrás de palavras que não são lidas em livros de poesia ou mesmo nas músicas, está tudo ali tão perto que basta um olhar com um pouco mais de atenção que tudo se revela, escondo-me  atrás do anonimato aonde é mais seguro e bonito, finjo que não estou nem ai para tudo, mas quando você aparece minhas mão soam, fico inquieto e só me acalmo quando ouço sua voz dizendo qualquer coisa que eu nem sei o que é, não importa o que está dizendo porque sei que não é algo parecido com o que eu quero dizer, mas como é bom ouvir sua voz ecoando em mim, alguns segundos que valeram toda a  espera até esse momento,  pensar demais as vezes dói, então apenas ouço a sua voz, e minha mente se encarrega de  colocar você em cada canto da minha imaginação, esperando que eu a veja novamente, e mais uma vez sonhar acordado.

domingo, 14 de junho de 2015




Um lugar



           Já passou muito tempo deste que visitei aquele lugar, as arvores já não são as mesmas, a grama me parece bem rala agora, e os pássaros que antes cantavam no fim  da tarde agora apenas pousam nos galhos em silencio,  em meio as arvores havia um banco que era o meu refúgio, aonde eu passava várias horas lendo ou simplesmente pensando, e algumas vezes sem pensar em nada, no lugar desse banco agora há um espaço vazio, misturado com terra e grama rala, o que aconteceu neste lugar, será que as coisas mudaram tanto assim ao ponto de modificar por completo o que um dia foi tão bom, olho triste para os lados sem focar em nada em especial, mas um papelão jogado no meio da grama me chama  atenção, vou a até ele e o apanho, então o coloco no chão aonde outra hora estava o banco que eu me sentava, e fico ali por uns instantes olhando em minha volta como fazia antes, sinto o vento sobrando leve e toco na grama ao meu lado para sentir um pouco daquele lugar, a paisagem mudou, mas ainda está tudo ali, a grama foi tirada e o caminho apagado, mas mesmo de olhos fechados posso encontrar aquele caminho, já não tenho mais o banco mas aquele papelão me parece tão confortável como ele e as razões que me levaram aquele lugar não são muitos diferentes das de hoje, no final das contas sou apenas um alguém sentado em seu canto pensando nos vários porquês e quando vai acabar, e a resposta e sempre a mesma , um silencio que só me ajuda a sentir um vazio maior, tenho que ir embora agora, deixarei para trás meu banco de papelão e o caminho de grama rala, e antes de sair desse lugar especial olho para o banco novamente, e vejo o espaço vazio, as coisas mudaram, mas aquele lugar ainda está ali, esperando que eu volte um dia.

domingo, 1 de fevereiro de 2015


 

Reflexão

 
Do que são feitas as pessoas senão do que elas querem ser, e não do que realmente são as vezes a hipocrisia pela vida cria uma atmosfera que não apenas mascara a verdadeira pessoa mas afeta todos a sua volta, muitos são os motivos para ser outra pessoa, medo, raiva insegurança, ou mesmo comodismo, o mundo a sua volta se torna tão sufocante ao ponto de deixar tudo vazio e sem graça, A vida é cheia de momentos que nem sempre gostamos, uma lagrima pode ser de felicidade Ou tristeza, mas somente quem a derrama sabe seu significado, e mesmo que não tenha ninguém para apara-la, mesmo que ela toque o chão é necessário levantar a cabeça e seguir em frente, E difícil não ter aonde se apoiar, aonde se refugiar, pode até parecer um modo de fugir do mundo Mas pode ser apenas um jeito de procurar a razão que antes era tão latente, mas assim como os sonhos, que mais cedo ou mais tarde esbarra na realidade e nos obriga a acordar.
          Então do que são feitas as pessoas, do que são feitos os sonhos, aonde esta a razão a tempos perdida, E a lagrima que rolou em sinal de desabafo deixara no chão a marca do momento, e mesmo que ela desapareça com o tempo sempre há chance de outras surgirem.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

    

encontro




          Te encontrei novamente, ali no mesmo lugar de sempre com o olhar distante respirando leve e com movimentos lentos, as vezes seu olhar mudava de direção, mas não para o que estava a sua frente, pois somente você sabia o que estava vendo, o tempo escorria pelo dia e você ali, em seus pensamentos, difícil explicar a expressão em seu rosto, seja lá o que estivera pensando ocupou sua mente de tal forma que tudo a sua volta se tornara simples espectadores, o vento sobrava suavemente balançando as folhas para lhe chamar a atenção, os pássaros pousavam e cantavam esperando um olhar de aprovação, mas nada lhe tirava de seu mundo particular, olhar distante com um brilho tímido e sorriso bobo, mas ali sob aquela arvore que cansada de sua indiferença deixou cair uma pequena pinha na tentativa de chamar sua atenção, o barulho da queda suave sobre a grama chamou a atenção  dos pássaros a sua volta e ate mesmo o vento parou de sobrar para ver a pequena pinha rolar pela grama ate encostar em seu pé, nenhuma reação, os pássaros voltaram para seus ninhos, o vento voltou a sobrar e você continuou com seus pensamento, já era tarde quando um suspirar pois fim aquela imagem quase estática sentada sob a arvore, levantou-se vagarosamente e apanhou a pinha que estava encostada em seu pé e colocou-a cuidadosamente entre os galhos próximo a um ninho de passarinhos, olhou para o horizonte e por alguns instantes sentiu a ultima brisa do dia, então caminhou para fora do parque, mas deixou ali parte de si que somente será vista por aqueles que fizeram do seu dia um dia para se pensar.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014


cuidar




Hoje resolvi cuidar de mim
Não atenderei telefonemas
Não abrirei e-mails
Não me verão na rua
Porque hoje resolvi cuidar de mim
Não frequentarei os lugares de sempre (que conheçam)
Não estarei no parque ou na cidade
Muito menos em casa
É porque hoje resolvi cuidar de mim
Não ouviram minha voz dizendo bom dia ou boa noite
Não encontraram rastros de minha saída
E nem sinal de minha chegada
Isto é porque hoje resolvi cuidar de mim
Não me esperem passar pela rua
Ou atravessar o portão
Não me liguem
É porque hoje resolvi cuidar de mim
Não me encontram entre livros e poesia
Resenhas e pensamentos
Tão pouco só
Porque hoje resolvi cuidar de mim
Não sei a que hora vou ou a que hora voltarei
Ou mesmo aonde será, e o que vou fazer lá
Hoje resolvi cuidar de mim
Estarei distantes de todos e próximo a tudo
E mesmo não conhecendo este paradoxo
Arriscarei, pois aqui já não posso ficar
Porque
Resolvi cuidar de mim